Infelizmente o tal sequestro que nunca terminava (mais de 100 horas) terminou de forma violenta. Não tenho capacidade para avaliar se houve erro na ação policial (foi no mínimo ingênua ao confiar na irresponsabilidade adolescente da refém que retornou ao apartamento) mas está na cara que a mídia – principalmente televisiva – errou.
Primeiro, qualquer movimentação policial era mostrada pelas câmeras ao vivo. Para o tal seqüestrador saber o que estava acontecendo fora do apartamento era só assistir a TV. Depois, abriram espaço para o seqüestrador falar ao vivo via celular em programas de gosto duvidoso. Quem é a tal da Sônia Abrão para falar com um criminoso que tem vítimas a sua mercê? Que treinamento uma irresponsável dessas, que só pensa em audiência, tem? “O Lindemberg (nome do infeliz) é um bom rapaz, não vai fazer nada”, dizia ela enquanto a audiência subia. Tanto não ia fazer nada que fez. O rapaz, que já era sem noção, se achou o dono da situação: todo aparato policial lá fora por sua causa e depois a mídia as suas ordens.
Atrás dela vieram a Record e outros com entrevistas ridículas, não dá para dar espaço para bandido na TV. Que coisa sem pé nem cabeça. Bom, hoje é sábado, a Sônia Abrão deve estar comendo uma feijoada (light, imagino) e a tal menina está no hospital com um tiro na cabeça.
"TV" não rima com "responsabilidade" faz tempo...
Um comentário:
É uma boa análise.
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